Publicidade
Morreu nesta segunda-feira (8) aos 87 anos Margaret Thatcher, primeira mulher a se tornar primeira-ministra britânica, cargo no qual ficou por três mandatos consecutivos, entre 1979 e 1990.

Ela foi uma das figuras dominantes na política inglesa no século XX, ao dirigir um governo que reduziu o tamanho do Estado e transformou o Reino Unido.

Sua política neoliberal, que entrou para a história com o nome de “thatcherismo”, ainda influencia líderes mundialmente e é criticada e elogiada até hoje.

O porta-voz da família de Thatcher informou ela morreu em consequência de um acidente vascular cerebral, após meses debilitada.

"É com grande tristeza que Mark e Carol Thatcher anunciam que sua mãe, a baronesa Thatcher, morreu em paz depois de um derrame, esta manhã," disse o Lorde Tim Bell, o porta-voz.

Repercussão
Após sua morte, o atual premiê britânico, o conservador David Cameron, disse que o Reino Unido "perdeu uma grande líder, uma grande primeira-ministra e uma grande britânica".

O premiê anunciou que voltará para o Reino Unido, in/terrompendo uma visita a países europeus. Ele estava em Madri, capital da Espanha, para encontrar seu colega Mariano Rajoy, quando soube da morte. Ele iria depois a Paris, para conversar com o presidente Francois Hollande.

A Rainha Elizabeth II também lamentou a morte de Thatcher. "A rainha recebeu com grande tristeza a notícia da morte da baronesa Thatcher", comunicou o palácio de Buckingham.



Cerimônia fúnebre e cremação
O governo britânico anunciou que Thatcher, cujo nome completo era Margaret Hilda Thatcher, terá um "funeral cerimonial", com honras militares, mas não um "funeral de Estado". Ele será realizado na Catedral de Saint Paul, em Londres.

Ainda não foi definida uma data, e mais detalhes serão divulgados nos próximos dias.

"Uma ampla e diversa variedade de pessoas com grupos e ligações com Lady Thatcher vai ser convidada", disse o escritório do premiê.

"O serviço vai ser seguido por uma cremação privada. Todos os preparativos estão sendo tomados em linha com os desejos da família", diz o texto de Downing Street.


Vida
Margaret Hilda Roberts nasceu em 13 de outubro de 1925 em Grantham, Lincolnshire.

Seu pai era pastor e membro do conselho da cidade, além de comerciante.

Na casa da família, a missa era obrigatória, e o trabalho, em casa ou ajudando o pai no comércio, era uma segunda religião, razão pela qual a jovem saía pouco.

Por conta disso, ela se tornou uma "viciada em trabalho".

Pessoas próximas contam que ela costumava dormir quatro horas diárias e trabalhava "o resto do tempo".

Maggie graduou-se em química em Oxford em 1947 e depois também estudou direito, formando-se em 1954.

Desta época, data o seu interesse e sua aproximação da política

Em 1951, casou-se com Denis Thatcher, um rico homem de negócios, com quem, dois anos depois, teve dois filhos gêmeos, Carol e Mark.

Além de lhe dar seu nome, Denis a acompanhou e apoio durante mais de 50 anos de casamento, até morrer em 2003.

Carreira política
Thatcher se tornou membro dos Tories, como é chamado o Partido Conservador, no Parlamento de Finchley, ao norte deLondres, em 1959, onde cumpriu mandato até 1962.

Seu primeiro cargo parlamentar foi como ministra-assistente para previdência no governo de Harold Macmillan.

De 1964 a 1970, quando o Partido Trabalhista assumiu o poder, ela ocupou diversos cargos no gabinete de Edward Heath. Heath se tornou primeiro-ministro em 1970, e Thatcher, sua secretária de Educação.

Durante o período que ocupou a pasta, ela aumentou o orçamento da educação no país, mas foi criticada por abolir o leite que era gratuito em escolas para crianças.

A medida polêmica lhe deu o apelido de “Thatcher the Milk Snatcher”, algo como “Thatcher, a Ladra de Leite”.

Após os conservadores sofrerem nova derrota, em 1974, Thatcher concorreu com Heath pela liderança do partido e, para surpresa de muitos, venceu a indicação. Em 1979, o Partido Conservador venceria as eleições gerais, e ela se tornaria primeira-ministra, aos 54 anos.

Cinco anos antes, ela havia declarado: "Serão necessários anos - e não verei isso de novo durante a minha vida - para que uma mulher dirija este partido ou se torne primeiro-ministro".

Informações G1