Novas Informações da Telexfree - 06/07/2013. Últimas Notícias - Telexfree - Alagoanos, temem perder valores investidos na Telexfree.
Cerca de 12 mil pessoas em Alagoas investiram na empresa, diz MP.
Novas adesões foram suspensas após decisão da Justiça do Acre.
Michelle Farias Do G1 AL
Veja a tabela de ganhos da Telexfree.
(Foto: Reprodução/internet)
Cerca de 12 mil pessoas em Alagoas investiram algum dinheiro na empresa de marketing multinível Telexfree, de acordo com o Ministério Público Estadual. Encantados com as promessas de ganho rápido, muitos alagoanos investiram alto na esperança de mudar de vida, mas alguns estão arrependidos.
Devido à grande quantidade de reclamações, no último dia 18, a Justiça do Acre determinou a suspensão de pagamentos e a adesão de novos contratos à Telexfree em todo o país. A empresa é suspeita de atuar em um esquema de pirâmide financeira, que é considerado ilegal no Brasil.
A comerciante Nazaré Nascimento diz que investiu R$ 2.750 na empresa e que recebeu parte do valor investido até o pagamento ser suspenso. “Estava com o dinheiro parado e queria investir. Mas estou arrependida porque não sei se vou receber de volta. Agora, nem me interessa o lucro, o que eu quero é receber o que apliquei”, desabafa.
A empresária Júlia Araújo é outra investidora arrependida. Ela diz que investiu R$ 15 mil há três meses na empresa. Ela revela que não recebeu nem um terço do que investiu. "Estou com muito medo porque queria comprar um carro e agora o dinheiro está preso. Fui na expectativa de ganhar dinheiro fácil, mas acho que quebrei a cara", lamenta.
Mas nem todos lamentam. O corretor de imóveis Mário de Almeida revela que vendeu o seu apartamento e aplicou R$ 46 mil na Telexfree. “Foi uma oportunidade que encontrei para investir e tentar ganhar dinheiro. Com poucos meses já consegui o que investi e agora estou lucrando. Além de colocar anúncios na internet, eu chamo amigos para participar ”, diz.
Como funciona a Telexfree Mesmo com a suspensão dos pagamentos, o corretor diz não estar com medo de receber o dinheiro que investiu, e acredita que os problemas com a empresa podem ter acontecido por parte da concorrência. “Não é mais vantagem colocar dinheiro na poupança porque não rende. Não me arrependo de ter investido e muito menos de não receber. Tenho contrato e se a empresa vier a fechar, ela terá que pagar a todos”, afirma.
A Telexfree vende um programa de computador que permite ligações nacionais e internacionais para mais de 40 países. O valor do plano é tabelado em dólar: US$ 49,90, pouco mais de R$ 111 por mês, para três mil minutos de ligação.
Esse programa é semelhante a muitos outros que permitem fazer ligações telefônicas pela internet. Alguns desses programas podem ser baixados de graça e o usuário paga as ligações em um sistema pré-pago.
O interessado no negócio tem duas opções de ganhar dinheiro. A primeira delas é publicar apenas anúncios da Telexfree na internet e ganhar uma comissão por isso, a segunda, é recrutar outras pessoas dispostas a divulgar e revender o produto, o que traria um rendimento bem maior.
O que a Justiça investiga é se esse mecanismo é um esquema conhecido como pirâmide financeira, que é contra a lei. O esquema de pirâmide é caracterizado quando o organizador da empresa remunera seus antigos sócios com taxas de adesão cobrada dos novos sócios, e não com o lucro do empreendimento. A Telexfree oferece para seus sócios uma porcentagem de vendas de produtos anunciados pelo sócio em sites gratuitos de propaganda.
Mais de 14 mil pessoas reclamaram da Telexfree em todo o país (Foto: Divulgação/Reclame Aqui)
Procon
Apesar das atividades da Telexfree terem sido suspensas, o Procon de Alagoas não recebeu nenhuma denúncia contra a empresa. De acordo com o assessor jurídico, César Caldas, o Procon está apenas orientando os consumidores que investiram na empresa.
“Estamos orientado a população a pensar bastante antes de investir na Telexfree. Já entramos em contato com vários economistas e todos falam que o sistema utilizado pela empresa é a pirâmide financeira”, afirma.
Ainda de acordo com Caldas, o esquema de pirâmide pode ter quebrado no Acre. “Vai chegar um momento em que todos esses participantes vão precisar de novos entrantes pra serem remunerados e aí não vão encontrar pessoas suficientes dispostas a fazer esses investimentos”, diz o assessor jurídico, César Caldas.
Divulgadores do Telexfree fizeram cartazes para a
manifestação. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Manifestação em Alagoas
No último dia 30 de junho, divulgadores da empresa de marketing multinível Telexfree em Alagoas fizeram uma carreata, por ruas e avenidas de Maceió, para protestar contra a decisão do Tribunal de Justiça do Acre, que suspendeu os pagamentos e novas adesões à empresa por considerar o negócio crime contra a economia popular. Na ocasião, os manifestantes defenderam a legalidade da atividade e criticaram a cobertura da imprensa, que noticiou a decisão judicial.
Segundo o corretor Ricardo Farias, que trabalha como divulgador há um ano, quem teve prejuízos com a Telexfree é porque não cumpriu com o serviço básico que havia sido acordado em contrato. “É uma empresa que está trazendo novidade financeira para diversos profissionais e até aposentados que recebem mensalmente. Essa suspensão está trazendo prejuízo à população porque impede que o dinheiro circule", completou.
Com informações G1
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