Presidente do grupo Sonda admitiu ter recebido proposta para se calar sobre a transferência de Neymar

A polêmica envolvendo a transferência de Neymar para o Barcelona parece não ter fim. Nesta quinta-feira, o jornal espanhol Marca revelou que o clube catalão ofereceu 6 milhões de euros pelo silêncio do DIS, braço esportivo do Grupo Sonda e detentor de 40% dos direitos do atleta antes da negociação. De acordo com José Barral, presidente do Grupo Sonda, a proposta foi feita por André Cury, que se apresentou como representante do Barcelona no Brasil.
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"Tomamos um café, e ele nos fez uma oferta inicial de 4 milhões de euros para deixarmos o assunto passar. Sentamos e discutimos quanto merecíamos segundo o valor do atleta. Dissemos a cifra que acreditávamos merecer. Para nós, deviam ser 12 milhões de euros, além dos 6 milhões de euros que já havíamos recebido. Ele chegou a 6 milhões de euros. Tivemos três reuniões", relata o executivo.
Neymar é abraçado pelos companheiros após marcar primeiro gol em jogos oficiais pelo Barcelona. Foto: Manu Fernandez/AP
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A DIS adquiriu 40% dos direitos em 2009. Na época, a empresa pagou R$ 5 milhões mais comissões. "Ele era um bom jogador, mas ninguém imaginava que ele se transformaria nisso. Fizemos esse investimento para que ele ficasse no Brasil. Caso contrário, podia sair na época", explica Barral.
Na matéria veiculada pelo jornal espanhol, o executivo revela ainda que o Real Madrid chegou perto de assinar com Neymar. Após assediar o atacante quando tinha apenas 13 anos - e, segundo ele, só ter a proposta negada porque o Santos deu 2 milhões de euros ao pai do atleta -, a equipe merengue voltou a tentar sua contratação em 2011. Segundo Barral, o jogador chegou a realizar exames médicos com a equipe de Joaquim Grava para assinar contrato.
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"Em três reuniões diferentes, Wagner Ribeiro e Neymar pai nos oferecem 8 milhões de euros pelos 40% da DIS. Foi quando apareceu o Real Madrid. O pai de Neymar queria comprar a porcentagem, teoricamente, com o que o Barcelona havia dado a ele como adiantamento. Então o Santos tinha uma oferta do Real Madrid", revela o executivo, que explica o motivo da transação não chegar a um desfecho positivo para o time espanhol. "Foi uma proposta indecente. Tentaram comprar meus direitos por 8 milhões de euros, mas pensavam em vendê-los por muito mais", conclui.

InformaÇões: IG